28 de jul. de 2010

 Visita à EPAGRI  Rodovia Ademar Gonzaga - Itacorubi; 02 de agosto 2010

     A agricultura em grande escala se desenvolveu, no Brasil, a partir da década de 1960.
     Este padrão de agricultura devasta grandes áreas de florestas para o cultivo da monocultura, e exige o uso de fertilizantes para repor ao solo o que a água da chuva, vento e sol retiram do solo nu, sem cobertura vegetal. A cobertura vegetal, árvores e/ou arbusto, associada à cultura agrícola, proporciona sombra e reposição de matéria orgânica por meio da ciclagem de folhas, frutos, sementes e excrementos de animais que procuram esses microhabitats.
    Nas monoculturas, insetos que se interessam pela ingestão de estruturas vegetais, tais como folhas, frutos ou sementes, podem se tornar abundantes. A falta de biodiversidade local é a razão para a ausência de predadores naturais desses insetos que se tornam pragas.
    



 




     O movimento orgânico surgiu para se opor ao modelo de produção em grande escala. 
     A agricultura orgânica tem base nas observações que Sir Albert Howard fez no início do século XX, sobre os métodos utilizados pelos agricultores indianos, e tem pontos em comum com a permacultura e a agricultura natural. Atualmente, a produção orgânica e o mercado consumidor cresce de forma positiva.     
     O sistema de produção orgânica exclui o uso de agrotóxicos, fertilizantes e produtos reguladores do crescimento, tem como base o uso de esterco, rotação de cultura, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Pressupõe ainda, a manutenção da estrutura do solo, sem alterar suas propriedades por meio de produtos químicos ou sintéticos. A agricultura orgânica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável. 
     Nossa visita teve como objetivo, a observação in locus  de pesquisas desenvolvidas pela EPAGRI sobre técnicas agrícolas que priorizam o desenvolvimento sustentável. O senhor Júlio nos passou importantes informações. Segundo ele, a rotação de culturas contribui para evitar o esgotamento do solo.
     Em qualquer tipo de plantio, a primeira preocupação deve ser o solo. A adubação orgânica, com restos de comida, cascas de verduras, sobras de plantas que foram podadas é bem vinda ao solo. Uma técnica que garante a produção de solo adubado é a compostagem, que consiste na produção de solo fértil a partir do acúmulo, em camadas, de matéria orgânica.

     O NPK, fertilizante muito utilizado na agricultura tradicional, não está adequado para todas as plantas. O excesso de N, por exemplo, deixa algumas plantas mais moles, "finas" e, consequentemente, mais palatáveis para os insetos.
     No entanto, esses componentes, N (nitrogênio), P (fósforo) e K (potássio) são indispensáveis para o crescimento saudável da maioria das plantas. Na EPAGRI, observamos que folhas de cor roxa observadas na plântula de beterraba é indicativo de falta de fósforo.
     Em sementeiras de isopor, contendo casca de arroz e vermiculita, as plantinhas crescem e quando já apresentam de 3 a 4 folhas são transferidas para o solo, em definitivo. A palha de arroz utilizada sobre as mudas reflete energia luminosa de comprimento de onda que incomoda alguns insetos, o que evita a herbivoria.
Plântula com falta de fósforo
Semeadores de isopôr

Nos canteiros da EPAGRI, diferentes "ervas concorrentes" crescem associadas às  culturas de cenoura e beterraba.
Cenoura e "ervas concorrentes"







Beterraba e "ervas concorrentes"
      Antigamente eram chamadas de ervas daninhas, mas na verdade elas são benéficas, pois muitos insetos que poderiam atacar a cultura de interesse, preferem se alimentar dessas ervas. A serrália, por exemplo, atrai os pulgões e acaba sendo útil para evitar o ataque desses insetos nas culturas de interesse.
Serralha
Serralha
Outras "ervas concorretes" que observamos foram:

Carrapicho branco
Amaranthus sp
     A compostagem também é objeto de interesse nas pesquisas da EPAGRI. Em grandes compartimentos, restos de hortaliças são colocados para decompor e se trasnformar em húmus. A quantidade de minhocas nestes compartimentos deixa claro a importância da matéria orgânica para a saúde biológica do solo.
Matéria orgãnica para a compostagem

Composto orgânico pronto
O senhor Júlio nos explica as etapas da compostagem em um modelo de pequenas dimensões:
  
Obervamos várias outras culturas, tais como:
Oídio - fungo que ataca o tomateiro

Capsicum sp (pimentão) com flor e fruto
Cultivo de cacto Mexicano - Pitaia sp, que produz fruto muito apreciado.
Pitaia sp - cacto mexicano.
     Ao final da visita, todos estavam satisfeitos com as informações recebidas. A exceção, no entanto, ficou por conta de uma família de quero-quero que se sentiu muito aborrecida com a nossa presença. Fizeram muito barulho e vôos razantes na tentativa espantar dali os intrusos - nós!!!

Ninho de quero-quero
Casal de quero-quero
Encerramos nossa visita com grande satisfação e com a certeza de termos vivido uma tarde muito enriquecedora e fria (8ºC, com sensação térmica de muito menos, devido ao vento frio).

Agradecemos a atenção e as informações passadas pelo senhor Júlio e à EPAGRI por nos receber.


23 de jun. de 2010



Visita à ESEC Carijós - 09/06/2010

A Estação Ecológica de Carijós - ESEC Carijós, foi criada em 20 de julho de 1987 pelo Decreto nº 94.656, abrangendo uma área de aproximadamente 712 ha. na olha de Santa Catarina, junto à Baía Norte. Seu objetivo é proteger o ecossistema de manguezal, destinando à pesquisa básica ou aplicada à proteção do ambiente natural e à educação ambiental. Não é permitida a visitação pública.

     Abrange os manguezais do Saco Grande e do Rio Ratones. O primeiro abriga o Rio do Pau do Barco, principal curso d'água da regão, desemboca na Baía Norte. No manguezal do Rio Ratones correm os rios Veríssimo, Papaquaras e Ratones, sendo este último o principal rio formador do manguezal e desagua num pequeno estuário - a enseada de Ratones.
A vegetação de mangue é constituída de espécies arbóreas tais como Avicennia schaueriana (mangue preto ou siriúba); Laguncularia racemosa (mangue branco ou sapateiro); Rhizophora mangle (mangue vermelho ou mangue charuto) e os capins praturás (Spartina densiflora e Spartina alterniflora).Nas áreas de transição ocorre a presença e uvira ou algodoeiro do mangue (Hibisco tiliaceus) e a samambaia do mangue (Acrostichum danaeaefolium). Na areia, mais próximo à praia ,é comum a presença de Ipomoea pes-caprea (batata-da-praia) com caule do tipo estolão que forma uma rede de fixação sob a areia.
Ipomoea pes-caprea (batata-da-praia)

Arbusto principal - Vassora vermelha (Dodonea viscosa), abaixo de seu caule está o algodoeiro do mangue (Hibisco tiliaceus).
Infelizmente o manguezal, na porção próxima ao mar, tem sua vegetação natural contaminada por espécies exóticas introduzidas na ilha em décadas passadas. Na foto é possível identificar exemplares exóticos de Casuarina sp. (copa ponteaguda, típica dos pinheiros).

9 de mai. de 2010

Dia das Mães

Boa noite!

         Gostaria de deixar aqui uma homenagem especial pelo dia das mães. Provavelmente, você que está lendo não é mãe ( a não ser que você seja a professora Karen), mas certamente tem uma ou alguém que você considera como tal. Pois é, como já deu para perceber não é a professora Karen postando. No fim da postagem me explico:
          Eu aprendi que mãe não é apenas aquela a qual gera, mas que cuida, orienta, corrige. Resumindo: mãe ama. Mãe é uma palavra especial demais para ser desprezada ou esquecida e este é o motivo desta data.
          A autora deste blog, em três anos, cativou-me de tal forma, que posso definir apenas dizendo que é amor de mãe. Eu não poderia deixar esse dia passar  em branco, sem ao menos mostrar o quanto sou grata por tudo aquilo que ela fez e tem feito por mim.
          Mãe, te amo!

Não quero que você pense que esse privilégio é exclusivo meu, pois a professora Karen é um pouco mãe de cada um de vocês. Desde os alunos do primeiro ano, que ela trata com tanto carinho, até os terceiros e ex-alunos. Tudo o que ela prepara: as atividades, trabalhos e até mesmo as 'temidas provas', são pensando no bem de vocês, com muito carinho e dedicação. Se ainda não entenderam isso, esperem alguns anos e entenderão.
   Sou uma ex-aluna eternamente grata ao CC e especialmente à minha mãe.
 

6 de mai. de 2010

Cariótipo e Idiograma

 Cariótipo
  Cariótipo é o conjunto cromossômico das células de uma espécie ou a constante cromossômica diplóide (2n) de uma espécie. Representa o número total de cromossomos de uma célula somática* diplóide (2n).
     A representação 2n para uma célula diplóide indica que ela tem um número dobrado de cromossomos, ou seja, para cada cromossomo há um outro igual a ele - seu par. A letra "n" é uma variável, uma vez que o número haplóide (sem considerar os pares) de cromossomos varia de acordo com a espécie, veja: Homo sapiens 2n = 46, onde n = 23 (nos gametas); Culex pipiens (mosquito comum) 2n = 6, onde n = 3; Carica papaya (mamão papaia) 2n = 18, onde n = 9; Equus cabalus 2n = 66, onde n = 33.
Cariótipo de célula diplóide humana

 Idiograma
      Os cromossomos de uma célula diplóide podem ser organizados de modo pareado, aqueles que são pares possuem o mesmo tamanho e mesma morfologia.


Idiograma de Allium cepa (cebola). Foto: professora Karen   

  Assim, é possível construir um idiograma, conjunto organizado de cromossomos de uma espécie. Na espécie humana, a montagem de idiogramas a partir de células diplóides, permite identificar possíveis erros no cariótipo, como é o caso da síndrome de Down, cujo portador apresenta um cromossomo número 21 a mais em suas células - é a chamada trissomia do 21.

* somática = célula diplóide do corpo que se divide por mitose, gerando células diplóides



1 de abr. de 2010

Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente
Esta será a 5ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente e tem por objetivo contribuir para a formação de cidadãos conscientes, capazes de refletir sobre as condições ambientais e de saúde no Brasil. Um novo olhar sobre as questões ambientais e de saúde contribui para a reflexão e mudança de atitude na perspectiva de um planeta equilibrado.
Reciclagem, doenças endêmicas, energia verde, degradação de florestas, conservação de bacias hidrográficas, qualidade dos recursos hídricos, saneamento, biodiversidade e tantos outros podem ser o tema norteador dos projetos para a 5ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente. Criada em 2001, a Olimpíada é voltada para alunos do Ensino Fundamental e Médio. Portanto, vamos participar pessoal!
Veja ao lado, em "Eventos" o link para a Olimpíada.

Estudo de Campo 2010
(veja as datas em Eventos)




4 de fev. de 2010

Em 2010 seja um aluno(a) ecologicamente correto(a)!

Em 2010 seja um aluno(a) ecologicamente correto(a)!



- descarte seu lixo corretamente nas lixeiras destinadas a recolher vidro, papel, metal e plástico;
- ao utilizar papel toalha para secar as mãos procure ser consciente, use só o necessário;
- nos dias mais quentes, traga sua própria garrafa com água de casa, você pode enchê-las nos bebedouros do Colégio;
- evite comprar garrafas de água, as razões para essa atitude são muitas:

  * Saúde - a água armazenada em garrafas plásticas fica contaminada com elementos tóxicos do plástico, como o Bisphenol-A (BPA) e outras substâncias que podem levar ao câncer.
  * Ambiente - nos EUA são produzidas 28.000.000.000/ano de garrafas plásticas para água; 86% delas vão parar no lixo comum; a produção delas lança 2.800.000 toneladas de CO2 na atmosfera. - a produção, embalagem, transporte e descarte das garrafas de água, gera muita poluição.

- procure economizar papel, quando possível utilize o verso de folhas já usadas;
- não deixe seu PC ligado a toa, o uso de computador reduz o consumo de papel mas, no entanto, aumenta a demanda de energia e, consequentemente, mais termoelétricas e hidroelétricas (a primeira lança grande quantidde de poluentes no ar, água e solo, a segunda exige a inundação de extensas áreas florestais) serão necessárias para suprir a demanda de energia no país.

E lembre-se!!!
- não desperdiçe água, nem alimentos (compre só o que você vai consumir);
- não compre animais silvestres, o lugar deles é no habitat natural;
- adote um animal doméstico;
- não se acomode diante da destruição do ambiente, denuncie!
- plante árvores nativas, elas são mais adequadas para os animais nativos; as árvores reduzem o efeito estufa porque consomem CO2, que é um dos gases envolvidos no aumento da temperatura global; as árvore filtram a radiação solar e por isso ajudam a reduzir os efeitos negativos da radiação em excesso; as árvores refrescam o clima local porque lançam vapor de água na atmosfera durante o processo de transpiração nas folhas; as árvores embelezam e valorizam os imóveis e além disso produzem flores e frutos; as árvores que não produzem frutos do nosso interesse, ainda assim fornecem recursos para os animais nativos, muitos pássaros se alimentam de suas flores ou frutos, insetos e pássaros procuram o néctar ou o pólem, ou seja, as árvores, de um modo ou de outro, sempre são provedoras.
  Veja algumas sugestões:

de cima para baixo: coqueiro jerivá  - sibipiruna - quaresmeira - paneira

outras sugestões de nativas: palmito juçara, araçá. pitanga, uvaia, jaboticaba, goiaba, bacupari, butiá, cereja do mato.

3 de fev. de 2010

Recuperação de Áreas Degradadas

A recuperação de áreas degradadas é um assunto que tem despertado o interesse de muitos profissionais, entre os quais, os biólogos. Nos últimos anos, em função da crescente degradação ambiental, a preocupação com as questões ambientais também tem aumentado. A Legislação Ambiental prevê a existência de Áreas de Preservação Permanente - APP, a serem protegidas e conservadas. As margens dos corpos d’água, por exemplo, são consideradas APPs. Ao longo do tempo, essas áreas cederam espaço a agricultura, pecuária e expansão imobiliária, ficando extremamente degradadas. Estudos procuram estabelecer formas de recuperar áreas degradadas. Pesquisadores têm demonstrado que deixar a Natureza seguir seu curso é uma boa opção, ou seja, a sucessão ecológica que se estabelece naturalmente numa área degradada acaba recompondo a flora e fauna locais. A sucessão em curso pode, no entanto, receber uma “ajudinha” da mão humana. Através da técnica da "nucleação", cujo princípio é a formação de núcleos capazes de implantar e atrair a diversidade biológica local, é possível dar “uma mãozinha” ao processo de recuperação. A partir dos núcleos de diversidade, ocorrerá a colonização de áreas adjacentes. Ao se devastar uma área para a agricultura ou pecuária, é importante preservar ilhas de vegetação nativa, que funcionarão como núcleos de diversidade, colaborando para manter a fauna e flora nativas.


Núcleos de diversidade






Algumas das formas de se atingir os objetivos da técnica de nucleação é a instalação de "poleiros secos", "poleiros vivos" e "cabos aéreos", todas elas com o intuito de atrair a avifauna local. As aves deixam cair sementes no chão, seja pela queda de frutos capturados, seja através de suas fezes. Nesses locais há maior probabilidade de colonização com espécies vegetais que são características da região, através da germinação das sementes trazidas pelas aves.
     Em regiões em que há contaminação biológica por Pinus, espécie exótica e invasora, é possível utilizá-los como cabos aéreos, ou seja, locais onde as aves podem repousar ou parar para comer frutos que foram capturados. Assim, nesses locais várias sementes serão deixadas, aumentando a possibilidade de germinação das espécies nativas. Anelar um Pinus corresponde a retirada de um anel ao redor do tronco. Como os tecidos condutores de seiva estão concentrados na região periférica, o Pinus morrerá.















Poleiro seco        -      Poleiro vivo














Cabo aéreo vivo     -     Cabo aéreo em Pinus anelado